A crise actual agravada pela pandemia veio demonstrar que as empresas necessitam cada vez mais das suas pessoas, que os líderes têm de saber “escutar” e envolver as suas pessoas nas decisões, para que desta forma aumentem o compromisso para com os resultados.
Desafiamos todos os associados a promover o Modelo efr – Empresas Familiarmente Responsáveis que a ACEGE tem vindo a implementar nas empresas portuguesas.
Infelizmente, como todos sabemos, na realidade empresarial em que vivemos a família dos colaboradores não é habitualmente considerada na gestão das pessoas, sendo mesmo tida como “hostil” à estratégia da empresa caso não se ajuste às suas necessidades. Família e Empresa são, na maioria das vezes, realidades distantes, duas dimensões em conflito. Por outro lado, o desconhecimento da lei, o medo de represálias e o receio de perder o emprego levam a que muitos trabalhadores não usufruam dos seus direitos de conciliação, previstos na lei e disponibilizados por diversas empresas. Na verdade, encontrar o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e familiar nem sempre é fácil, assumindo-se, muitas vezes, como uma tarefa ingrata e quase impossível para muitas pessoas em idade activa, que acabam por sobrevalorizar a empresa em detrimento da família.
É por isso urgente mudar este paradigma, diminuindo os conflitos entre estes dois “mundos”, para que a vida de cada trabalhador possa ganhar unidade, e para que a empresa possa ganhar colaboradores inteiros e mais produtivos, como refere o estudo “Desafios à Conciliação Família-Trabalho” pedido pela CIP e pela ACEGE, à Nova School of Business and Economics. Perante esta realidade empresa/família, a ACEGE decidiu estabelecer uma parceria com a “Fundacion Mas Familia” para iniciar em Portugal a certificação efr – Empresas Familiarmente Responsáveis (já em curso há 15 anos em centenas de empresas em 20 países).
Uma certificação que propõe um modelo de gestão de pessoas, com vista à conciliação família/trabalho e à valorização integral de cada colaborador na empresa. Um modelo de gestão flexível e personalizado, que permite um maior alinhamento da pessoa à organização em que trabalha, reforçando as compensações totais atribuídas ao trabalhador, mas também o compromisso e a possibilidade de atingir melhores resultados no trabalho que executa. Um modelo evolutivo, baseado no processo de melhoria contínua, que se inicia com um diagnóstico ao clima da organização, às expectativas dos colaboradores e da direcção e do qual emerge um desenho operacional com objectivos claros, medidas de conciliação valorizadas e com métricas de avaliação em torno de seis grandes categorias:
- apoio à família;
- qualidade de trabalho;
- desenvolvimento pessoal e profissional;
- flexibilidade temporal e espacial;
- igualdade de oportunidades e estilo de liderança, na medida em que nada acontece se não existir a vontade e envolvimento da liderança de topo.
Estas medidas e políticas definidas serão depois implementadas e objecto de uma auditoria final de certificação a cargo de entidades externas, garantindo e credibilizando essa mesma certificação. Um modelo de enorme seriedade, cuja experiência de centenas empresas em todo o mundo permite demonstrar o seu enorme impacto na organização, na valorização da presença familiar, na felicidade dos seus colaboradores, na captação e retenção de talentos e no desempenho da organização.
Esta tem sido a experiência de organizações de grande dimensão como a EDP, Santander, Brisa ou MLGTS, mas também de muitas outras pequenas e médias empresas em todo o país.
É também uma certeza que o consumidor final na altura de seleccionar uma empresa vai recordar as empresas que no momento de maior crise mantiveram os seus Valores e uma cultura forte utilizando uma das ferramentas mais importante “O Amor” como critério de Gestão.