O papel dos líderes na valia ética da empresa

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A liderança tem um papel preponderante na valia ética da empresa.  Nas palavras de John Reed, antigo CEO do Citigroup, “(…) o objectivo [dos líderes das empresas] na condução do (…) negócio no longo-prazo é o sucesso evolutivo da empresa. (…) lucros e ganhos em acções e outras coisas do género são significativos e contribuintes importantes para esse sucesso evolucionário mas são insuficientes per se

POR NUNO GUIMARÃES DA COSTA

(…) Necessitamos de uma visão mais ampla (…). Estamos interessados em melhorar o espaço de oportunidades para as nossas empresas.” (Reed, 2000) Este novo espaço está intimamente ligado com as novas necessidades humanas e com as suas exigências em relação às empresas para onde trabalham e onde adquirem os seus produtos.

 Lynn Sharp Paine (1994), na mesma linha, refere que os gestores de topo são solidariamente responsáveis por comportamentos não éticos dos seus subordinados se não instituírem sistemas que facilitem esses mesmos comportamentos. A sua proposta consiste numa aproximação à ética dos negócios baseada na integridade, conciliando o cumprimento da lei com a responsabilidade da gestão pelos comportamentos éticos.

Hoffman corrobora a opinião de Paine, afirmando que “(…) as pessoas nos negócios não são inerentemente menos éticas que em outras profissões. Os problemas éticos que ocorrem nas empresas, tal como em outras organizações, são geralmente sistémicas. Deverá ser prestada atenção aos objectivos éticos, aos mecanismos e estruturas do sistema onde os indivíduos operam se se pretender que as acções daí emanadas sejam éticas”  (Hoffman, 1986).

   Para o conseguir, o gestor tem ao seu dispor um conjunto de ferramentas que podem auxiliar a adopção de comportamentos éticos e conduzir à construção de uma empresa ética (Carroll, 1989). A adopção de códigos de ética, a implementação de mecanismos de punição de comportamentos não-éticos e de protecção para quem os denuncia ou a formação contínua em ética dos negócios são exemplos de uma atitude que favorece o aparecimento de um clima ético na empresa.

Adaptado de “A transformação dos Valores em Valor”, Nuno Guimarães da Costa, Lisboa, FE-UNL,2005