A Economia Como Virtude Social

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A abertura do novo Ciclo de Conferências da ACEGE Porto contou com a presença do Bispo do Porto, D. Manuel Linda, num Almoço Debate realizado na Fundação AEP, sob o mote “O que a Igreja do Porto espera da ACEGE”. O Bispo do Porto dirigiu-se aos muitos participantes daquela cidade, mas também de Vila Real ou de Lisboa, afirmando “poder inspirar os líderes e gestores empresariais na sua actuação profissional e, com muito gosto, ajudar a ACEGE nos seus desafios”.

O orador dedicou-se de seguida ao tema da Economia, numa intervenção sobre a qual o núcleo do Porto da ACEGE faz um relato destacando os seguintes tópicos:

D. Manuel Linda, Bispo do Porto

Falar aos Empresários e Gestores é falar com um denominador comum – a Economia. Num incitamento de que a economia e o seu valor são a base de uma vida culturalmente íntegra, pondo o homem e a sua inteligência ao serviço do Bem comum.

Numa reflexão sobre o quanto a economia nos deu, pela redução de tantas dificuldades, na alimentação à saúde, tudo foi graças à economia.

Ou seja, pela forma criativa de exercer a economia, ou como Deus nos pôs os Bens da Criação ao serviço da comunidade. A Economia como uma Virtude Social, de forma humana e bem organizada, olhando para as regras do jogo, num mundo globalizado, competitivo, não esquecendo o lucro, sim, mas pela aposta no Bem Comum.

Competitividade

A palavra competitividade, afirmou D. Manuel Linda, muitas vezes mal interpretada, tem a sua origem como objectivo à melhoria da sociedade, numa aposta de uma missão para que foi concebida. Competitividade Empresarial, numa multiplicidade de aspectos divergentes, não esquecendo o mundo onde vivemos e a Economia como Cristão, para uma actualização permanente. Na vida empresarial, na economia, como na Igreja, sem formação contínua seremos simplesmente ultrapassados, afirmou D. Manuel Linda. Nem sequer falando da 4ª economia e das previsões da gestão baseada em mais quadros e menos força humana. Apostemos na actualização tecnológica, mas humanística, que não só técnica mas sim numa imagem social e humana global.

Aos empresários e gestores pede-se na hora das decisões uma reflexão humana e moral, nunca esquecendo que o maior activo das empresas são os seus colaboradores, numa linha de valores e apostando, não numa “economia que mata”, mas acompanhando as tecnologias e mantendo os postos de trabalho (O desafio para o século?). Deveremos pensar na criação de clusterspara um mundo empresarial, com que nos sentimos identificados e, até, beneficiando das parcerias mais amigas, sempre numa dimensão familiar, não nos esquecendo do tema da Ecologia e da Responsabilidade Social? Devemos estar muito atentos à economia, pela aposta numa economia com rosto.

No período de perguntas vários temas foram lançados, desde a importância da Universidade Católica transmitir a Formação Humana; à falta de mão-de-obra, em crescendo; à necessidade de estarmos preparados para receber migrantes, de culturas e religiões diferenciadas e com expectativas de crescimento (quiçáestarmos na Europa, ainda num prelúdio deste movimento); à relevância de a ACEGE estimular os debates de temas das mudanças que vivemos; ao tema da Pobreza, de como a sociedade se deve preparar para se organizar, não pelo assistencialismo, mas indo ao âmago da questão tomando acções concretas, e ao facto de a Rede Europeia Anti-Pobreza estar sediada no Porto; até à abordagem da inquietação intelectual, da sabedoria ao humano.

Foi um almoço participado, contando os presentes com uma intervenção fluida e assertiva por parte de D. Manuel Linda, quer no seu discurso quer nas respostas às perguntas colocadas.