Segurança Europeia Valores – Emprego – Pobreza

1959
ACEGE - Núcleo do Porto David Zamith

Os hediondos atentados de Paris, Bruxelas e outros no passado recente, levam-nos a uma ambiente de insegurança a que não estávamos habituados e um tempo novo de reflexão e acção!

Ouvimos nestes dias que na Europa os 28 têm 28 legislações diferenciadas contra o tema do terrorismo! A ser assim, e por mais uma vez, os nossos políticos europeus falham redondamente!

Por cá importante, importante, como ouvimos, é mesmo “estarmos todos unidos na defesa dos ideais republicanos“!

Ouvi um Senhor General Português dizer que Portugal tinha desvalorizado a nossa “intelligence” e que a legislação estava desfocada da realidade, referindo, por exemplo, não existir legislação sobre as escutas., juntando nós outro tema que tem sido um tabu dos políticos Portugueses, que é o respeitante às camaras de vídeo, como a Inglaterra à largos anos instalou, com resultados positivos!

Mais uma vez a Alemanha vem apontar o dedo para os problemas do terrorismo, apresentando recomendações e soluções: Alemanha defende maior cooperação entre serviços secretos europeus, com o ministro do Interior Alemão a defender maior cooperação entre os serviços secretos europeus na troca de dados no âmbito do combate ao terrorismo, lamentando que funcionem em “panelas separadas”.

Só com coordenação Europeia, legislação global, medidas firmes e bem comunicadas!

Mas o tema, infelizmente, é muito mais profundo do que podemos pensar e, juntamente com os radicalismos (também crescentes na nossa Europa livre e democrática e, oriunda de país desenvolvidos, com extremas de direita e de esquerda em crescendo), uma realidade, existem falhanços tremendos das políticas europeias, lenta, burocrática e alimentadora de lobbies e interesses instalados, com uma orientação laica, leviana e cega, para uma aposta de vivência materialista e consumista, ancorada num facilitismo financeiro, que se desorientou com a última crise de 2008 (crise financeira e bancária).

Chegados aqui o que se nos apresenta é uma realidade atroz, os ricos mais ricos e os pobres mais pobres! E porque motivo o nosso Parlamento não constitui uma Comissão para a análise do tema relacionado com a Pobreza, a fim de poder tomar as acções e legislar de forma fundamentada? Porque o tema da Pobreza não faz parte da agenda politica. Pois, não serão também as políticas erradas dos últimos anos, ou pela falta de um Plano Estratégico de médio e longo prazo para Portugal, que tem levado ao crescendo da Pobreza e do Desemprego?

Em Portugal estima-se em mais de 2 milhões de Pobres – a caminho dos 3 milhões!

Bruxelas continua a produzir PDF´s de volumosos estudos, que segundo se afirma, ninguém lê! São lentos, corporativos e defensores das suas enormes benesses, em prejuízo do interesse Europeu, ou não será assim? Como é fácil recomendar reformas estruturais aos outros, nada reformando em nossa casa!

E agora o que esperam? Mandam as pessoas embora, substituem-nas por máquinas, recomendando a emigração e, para a 4ª Revolução Industrial DAVOD já aponta que o futuro próximo será de base em robots. E porquê? Para ganharem mais dinheiro! Para atingirem os targets!

E os Valores, a Humanização, as Pessoas?

Bruxelas e os nossos governos europeus das décadas mais próximas são os grandes responsáveis pela falta de Visão para o problema do Emprego. Heroicamente rifaram as manufacturas tradicionais (vulgo Indústria) para a Asia, pois a aposta seria pela tecnologia e pelos serviços; mais recentemente chegaram à conclusão de que a Tecnologia e os Serviços sozinhos necessitavam da Indústria! Nos entretantos alguém beneficiou com esta “brilhante” orientação comunitária, que foram os lobbies dos importadores europeus. E quem ficou prejudicado? Foi o Emprego!

Sem Emprego, ou com Empregos sem perspectiva de futuro, sem indústrias mobilizadoras de emprego, a sociedade entra em insegurança, a juventude, mesmo que preparada como nunca, não vê futuro, sente-se frustrada, marginalizada e daÍ… sentirem-se Infelizes!

Continuar numa retórica velha e doentia como a de “estarmos todos unidos na defesa dos ideais republicanos” não leva a nada, temos que parar para pensar, tomar medidas Europeias, firmes e duras para contra os terroristas, mas ao mesmo tempo é fundamental ser feita uma “Nova Reflexão” sobre os Valores, da Família, do Trabalho, da Humanização e da Pessoa Humana, onde dois pilares enormes devem ter a prioridade das prioridades:

O Emprego e a Pobreza.

David Zamith

ACEGE-Núcleo do Porto

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