“Cristo na Empresa” é um pequeno mas decisivo passo para que Cristo esteja mais presente no mundo empresarial, no microcosmos das nossas empresas, nas nossas vidas profissionais. São precisas vozes fortes que denunciem o status quo. E os cristãos, em particular os gestores e empresários, têm uma obrigação acrescida de o fazer
POR DIOGO ALARCÃO
Dou graças ao Pai pela alegria de ser chamado a ser Sua testemunha e, deste modo, crescer no Seu Amor e no serviço aos outros.
Num mundo cada vez mais imediatista e materialista, a presença do Pai urge. E somos nós, gestores e empresários, o instrumento privilegiado para dar testemunho dessa presença e, dessa forma, fazer parar a engrenagem em que nos deixámos aprisionar.
“Cristo na Empresa” é mais do que uma partilha de Fé. “Cristo na Empresa” deve ser um caminho para a transformação do mundo à nossa escala, no nosso meio, com as nossas limitações e incertezas, com os nossos medos, mas também com a alegria de saber que não estamos sós. Temo-lo a Ele e temos outros que, como nós, querem fazer diferente com um coração transformado.
“Cristo na Empresa” deve desinstalar-nos, deve levar-nos a questionarmo-nos permanentemente. Deve servir para alterar a forma de gerirmos as nossas empresas, de liderarmos as nossas equipas, de trabalharmos com os nossos clientes e accionistas.
É (deve ser) um caminho difícil, um permanente desafio. Só assim vale a pena seguir o caminho que Cristo nos propõe através da ACEGE. Se for para fazer “mais do mesmo” vai saber a pouco. Se for para mudar o mundo amanhã, será utopia.
“Cristo na empresa” deve servir para nos interpelar e questionar permanentemente. E deve também servir para começarmos a mudar as nossas vidas. Tal como Cristo desafiou os apóstolos a deixar tudo e segui-lo, também nós podemos começar a dar pequenos passos para O seguir:
- Porque não, dar menos sinais de riqueza e ostentação?
- Porque não, partilhar manifestamente mais?
- Porque não, denunciar alto a falta de verdade nos negócios, o compadrio, a falta de ética, o clientelismo, a fraude fiscal?
É preciso muita coragem para expulsar os vendilhões do templo. Mas, afinal, não é isso que Cristo também nos pede? Coragem. Não foi Cristo isso mesmo? Corajoso. São precisas vozes fortes que denunciem o status quo. E os cristãos, em particular os gestores e empresários cristãos têm uma obrigação acrescida de o fazer.
Sei que não é fácil. Tantas vezes me calo por comodismo e medo.
“Cristo na Empresa” trouxe-me a vontade de não desistir, mesmo quando tropeço e caio. “Cristo na Empresa” interpela-me e, simultaneamente, traz-me Cristo para perto de mim, no dia-a-dia. Traz-me o Pai:
- Quando rezo antes de começar uma reunião, uma apresentação ou uma conversa mais difícil;
- Quando peço que os sucessos sejam não meus mas de toda a equipa que comigo trabalha;
- Quando preciso de força para não me deixar encantar pelas pequenas vaidades, pelos projectos ganhos, pelos clientes conquistados, pelos resultados alcançados;
- Quando peço inspiração para liderar ou dar feedback menos positivo;
- Quando Lhe peço que me inspire para poder inspirar os outros falando do Seu projecto de Amor e Partilha;
- Quando, em resumo, Lhe peço que esteja sempre presente na minha empresa e nas minhas pequenas tarefas do dia-a-dia.
Viver “Cristo na Empresa” é muito mais do que rezar diariamente e dar graças a Deus por tudo o que recebemos d’Ele.
“Cristo na Empresa” é (deve ser) um pequeno mas decisivo passo para que Cristo esteja mais presente no mundo empresarial, no microcosmos das nossas empresas, nas nossas vidas profissionais.
A porta para que tal aconteça, está em mim. Essa porta é o nosso coração em permanente conversão.
Confio em Deus e terei forças para o conseguir. É isso que Te peço, Pai, quando Contigo me encontro em oração.
Julho de 2010