ÉTICA E NEGÓCIOS – Regulação e Renovação?

2046
ACEGE - Núcleo do Porto David Zamith

Em tempos de um mundo novo, doido e sem regras, vivemos tempos de Paz com meio mundo em Guerra e nuvens negras para o lado do mundo do petróleo! Por cá a guerra que vivemos e que iremos viver por muitos anos, positiva ou negativa, chama-se Guerra da Globalização e Guerra dos Partidos Políticos (Guerra da Não Verdade)! Um mundo doido e sem regras onde muito se fala de Regulação do Sistema Financeiro mas pouco do Dinheiro ser Cobarde, pois este esconde-se onde se sente melhor, como um “vulcão”, um “desastre natural” que nos flagela a todos!

 

Guerra da Globalização: numa Europa prisioneira dos seus lobbies, lenta a legislar, é fundamental criar novas regras, para o sistema financeiro, dando garantias à banca comercial e sem protecção para a banca de investimentos? Num mundo global, super volátil, é fundamental termos regras e acções céleres de Regulação do Sistema Financeiro mas também para a Fiscalização sobre a temática da Responsabilidade Ambiental, aos Direitos Humanos e à Legislação Laboral global, nomeadamente sobre os que exportam para a UE! Urge ter um sistema super pró-activo e, não, reactivo, lento, interessado, como o nosso!

Felizmente, e como se viu muito recentemente, o BCE parece estar a liderar a regulação, obrigando as nossas instituições a serem actuantes! Se nós não somos capazes, ou não interessa ao “sistema” partidário instalado, haja de fora quem ponha ordem na nossa casa!

A Globalização é um facto para o qual devemos principalmente apostar nas oportunidades que se nos oferecem! Mas, obrigar os Europeus a medidas de Responsabilidade Ambiental, exigentes, burocráticas e muito onerosas, quando pela teia dos interesses dos lobbies importadores, produtos concorrentes sem controlo / fiscalização, entram quase ajudados, na comunidade, prejudicando a Indústria + Serviços Europeus, limitando o Investimento e com isso o objectivo do Emprego!

 

Loobies?

Por que razão o Parlamento Europeu deu uma victória estrondosa à “ imposição de etiquetas de origem nos produtos têxteis ”, mantendo-se “esquecida” numa qualquer gaveta do Conselho de Ministros da União Europeia?

 

É na Indústria Têxtil que reside o maior Emprego em Portugal!

 

Guerra dos Partidos: em vez de nos unirmos e pormos Portugal em primeiro lugar, numa Visão de Reforma do Estado, apostando no Crescimento e no Emprego, como fez o grande estadista Alemão Helmut Schmidt, aliando os partidos “inimigos” (SPD e CDU) e aliando-se com a França “inimiga” e Valery Giscard D´Estaing, numa Visão Estratégica de modernidade e desenvolvimento para a Alemanha, França e para toda a Europa! Dois grandes estadistas! Por cá vivemos o regabofe da política parola e completamente viciada na retórica, numa vivência de clientelismos de interesses, afastados da realidade e da população.

 

Com os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres, onde a pobreza nacional atinge quase os 3 milhões de Portugueses (30% da população), as PME´s como “o suporte” da nossa Economia vivem com falta de apoio bancário para a sua recapitalização e normal funcionamento das suas estruturas, com um estado pesado e burocrático a necessitar de Reformas Estruturais urgentes (não esquecendo que o enorme problema do Estado Português está no facto de essas reformas atingirem Pessoas), um estado que usa mal os dinheiros dos contribuintes, não sabe gerir, gasta demasiado e onde a carga fiscal assume laivos de “terrorismo fiscal”, isto só pode acabar mal!

E, segundo a campanha presidencial em curso, com um Trafico de Influências e uma Corrupção instaladas, que urge ser combatida logo pelos Sinais Exteriores de Riqueza!

 

Renovação: é o tema que se exige, com novos políticos, verdadeiros Estadistas, experientes e competentes para Renovar o tecido vicioso da nossa política, que se ancorou num carreirismo desajustado das realidades económicas e sociais! Em vez de uma permanente retórica ameaçadora dos perigos da esquerda e direita, quiçá vivendo os nossos políticos ainda no tempo da Revolução Francesa, vamos em conjunto encontrar consensos para solucionar os perigos da nossa economia, mas a sério! Como?

Seguindo o exemplo da linha de pensamento de Helmut Schmidt (Estadista Exemplar Europeu), criando um pacto de regímen em Portugal e apostando numa Visão Estratégica de Verdade e de Renovação pela Credibilidade! Os actores Políticos Portugueses têm de alterar os seus Padrões Comportamentais ancorando as suas actividades Politicas – Económicas – Financeiras na Credibilidade ou, sem Credibilidade, continuarão a seguir o rumo da Irresponsabilidade!

 

Só assim, reformando o Sector Público, cada vez mais gastador, apostando na Iniciativa Privada e nos Empresários Portugueses, para uma Visão Exportadora do tecido PME / Empresas Familiares, Portugal pode finalmente preparar-se para o ciclo difícil que temos pela frente (2016-2030), beneficiando das vantagens de sermos pequenos!

 

Guerra da Não Verdade: Por cá o 1º Ministro deu uma entrevista ao JN afirmando que a “Troika andou mais preocupada com juntas de freguesia do que com a banca “, abordando a queda do Banif, a Troika e o futuro da TAP. O primeiro-ministro quer as responsabilidades do Banif apuradas, a supervisão da banca revista e o negócio da TAP investigado porque, afirmou, “Não são questões ideológicas” e “São questões de interesse nacional“.

http://www.jn.pt/live/Entrevistas/default.aspx?content_id=4952829

 

Então a Troika não trouxe € 12,6 mil milhões para a recapitalização da nossa Banca? Sem comentários!

 

Não é mentira – Não é verdade – só servem para afastar, cada vez mais, os Portugueses da política e pôr em perigo a própria democracia!

 

E para o anunciado “Fim da Austeridade” aguardamos a tomada de posição do novo governo para o cumprimento, por parte do Estado e das suas Entidades Públicas do Decreto-Lei n.º 62/2013, que estabelece medidas contra os Atrasos no Pagamento de transacções comerciais, transmitindo o Exemplo de Credibilidade que se exige a um governo Europeu!

 

“ Pagar tarde não é apenas um desastre económico, mas também um desastre humanitário ”!

 

Vamos parar para pensar, apostando no Futuro de Portugal!

 

ACEGE – Núcleo do Porto

David Zamith

www.acege.pt