“Esse menino Jesus!”

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Felizmente, tenho fé e sou católico! Nesta qualidade, é com enorme privilégio que assisto a mais um Advento e que, mais uma vez, realizo que Deus espera por nós.  

É, pois, com responsabilidade que assumo o compromisso de olhar para os outros – sobretudo os mais esquecidos, os desprotegidos, os desamparados, os que estão só, os que não vivem em paz e os que sofrem – de uma outra maneira e de fazer, em cada dia, mais e melhor.

Efectivamente, Deus fez-se Homem e encarnou através do Seu filho para nos transmitir a Boa Nova e ensinar-nos o caminho. Jesus Cristo, esse Menino Jesus, cujo nascimento é anualmente celebrado nesta quadra natalícia, nasceu em Belém e, sendo grande, fez-Se pequeno, simples e humilde, contrariando aquilo que se pensava – e alguns esperavam, mesmo alguns daqueles que O aguardavam – ou seja, envolvendo uma entrada triunfal, com muita pompa e circunstância e um grande protagonismo. Afinal, Seus pais não conseguiram lugar em nenhum dos locais onde procuraram e o Menino Jesus, Filho do Criador, acabou por nascer numa pequena e modesta gruta, sem honras de Estado nem grandes louros, acompanhado de seus pais e confortado pelo calor de uma vaca e de um jumento. Contudo, o Seu nascimento foi um episódio marcante e, no final de contas, um acontecimento ímpar para quantos O visitaram.

O Menino Jesus foi crescendo e rapidamente foi perceptível qual a Sua missão e ao que vinha.  Depressa deixou claro quem eram os principais destinatários da Sua mensagem e aquilo que deveriam fazer para O seguirem.

Pregou e mostrou ao mundo o Seu projecto. Curou doentes, levou a paz a quem sofria, acolheu pecadores e marginalizados. Contudo, com estas atitudes e estando do lado dos mais fracos, em vez de ser bem acolhido, foi, injustamente, perseguido e, com mentiras, cobardemente rotulado de estar contra Roma e de pretender substituir-Se ao Imperador César. Sabiamente, contudo, Ele esclareceu que a César deveria ser dado o que era de César e a Deus o que era de Deus! De facto, o Seu Reino não era (e não é) deste mundo.

Temendo as possíveis consequências de seguir Jesus Cristo e de serem vistos com Ele, muitos dos Seus seguidores foram afastando-se d´Ele, deixando-O só. Com excepção de Maria, Sua Mãe, de Maria Madalena e de João, o Seu discípulo amado, Jesus acabou acusado de morte na cruz, o pior sofrimento então aplicável, ladeado de dois ladrões que, merecidamente, tinham sido condenados a igual sorte . Pilatos, apesar de não Lhe reconhecer culpa alguma, poderia tê-Lo salvo mas, como rezam os Evangelhos, lavou as mãos e, preferindo agradar ao povo, libertou um bandido criminoso, Barrabás.

Jesus Cristo, após um sofrimento atroz, mas mantendo-Se sempre fiel à vontade de Seu Pai, acabou por morrer na Quinta-feira Santa sem que antes, um dos bandidos que o ladeava, conhecido pelo “bom ladrão”, O tivesse reconhecido como o verdadeiro Salvador. Após morrer, o céu fechou-se e as pessoas perceberam, finalmente, quem é que tinham crucificado.

Se tivéssemos sido nós a viver no Seu tempo, qual teria sido a nossa atitude e de que lado teríamos escolhido ficar?

 Jesus Cristo falava de forma diferente dos Homens do Seu tempo. Dirigia-se aos desprotegidos, aos doentes, aos deficientes, aos “impuros” e aos marginalizados, num discurso coerente com a forma como vivia e, mais importante que tudo o resto, com as suas obras. Dessa forma, foi conquistando a simpatia de multidões nas diferentes zonas por onde andou, as quais viram n´Ele o Filho de Deus feito Homem.

Mas se Jesus Cristo é tão fantástico e nos convida a segui-Lo, estando sempre pronto a receber-nos e a perdoar-nos, dada a sua infinita misericórdia, qual a razão pela qual há tanta gente que faz pouco do Cristianismo, que goza com os Seus milagres, que distorce a sua personagem ou que, não O conhecendo, pouco ou nada faz para ir ao Seu encontro e para O conhecer. Efectivamente, como nos ensinam os Evangelhos, Jesus Cristo, aliás conforme Ele próprio dizia, era o caminho, a verdade e a vida e, portanto, o segredo e o bilhete para a salvação de cada um de nós e para que, ainda aqui na terra, possamos, ser felizes e ganhar a eternidade.

Como é, pois, possível, que os Homens, que tanta curiosidade apresentam, que buscam constantemente o conhecimento e que, tantas vezes, acreditam em falsos profetas e em vendedores de sonhos, não sintam atracção pela impressionante figura de Jesus Cristo e, em particular, na época do Natal, não acolham esse Menino Jesus, que está a chegar para, gratuitamente, nos salvar?

Esse Menino Jesus conseguiu cativar-me.

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