Espírito de Natal: é no agir que a mudança acontece

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Espírito de Natal: é no agir que a mudança acontece Neste Natal, peço ao Menino Jesus que continue a iluminar os nossos corações — sobretudo os de quem lidera — para que não nos contentemos apenas com palavras ou boas intenções. Identifico-me profundamente com a urgência de construir um país mais justo, mas acredito que só no agir é que a mudança acontece. E é por isso que lanço este apelo: que cada empresa olhe com verdade para a realidade de quem nela trabalha. Porque mesmo com emprego e salário, há vidas vividas no limite. E só a luz que se traduz em ação pode transformar esta realidade

POR PATRÍCIA LIZ

“Menino Jesus, neste Natal peço um país mais justo e ambicioso na erradicação da pobreza”

Que a luz do teu nascimento ilumine os corações dos governantes e os inspire a adotar políticas eficazes no combate à desigualdade social. Que a solidariedade e o amor ao próximo prevaleçam nas nossas ações, tornando o mundo um lugar mais justo e acolhedor para todos.

Que a esperança e a compaixão guiem os nossos passos, motivando-nos a ajudar quem mais precisa e a construir, juntos, um futuro melhor para as próximas gerações. Que o espírito do Natal nos inspire a fazer a diferença e a transformar a realidade de tantos que vivem na miséria. Que a Tua mensagem de paz e fraternidade ressoe nos nossos corações e nos motive a sermos agentes de mudança.

O parágrafo acima foi o resultado de um pedido feito à Inteligência Artificial: desenvolve este título. Sem sugestões adicionais. Sem contexto. Apenas a frase. E o resultado foi este. Claro, direto, fiel ao espírito do Natal — e à urgência de erradicar a pobreza.

Ora, se é tão evidente para uma IA o caminho que pode levar à mudança… o que é que nos falta?

Falta agir. Agir de forma efetiva, corajosa e concertada. Só assim poderemos levar este bom combate por diante.

Identifico-me profundamente com essa mensagem inicial. Mas acrescentaria: não basta pedir ou desejar que as coisas mudem — é preciso fazer com que mudem. É no agir que tudo se transforma.

Neste Natal, gostaria de pedir aos líderes das empresas — que tanto podem influenciar a nossa sociedade — um gesto concreto: conhecer, com verdade e método, a realidade de vida dos seus colaboradores. Perguntar-se se cada pessoa que contribui para o sucesso da organização vive com estabilidade económica, ou se está no limiar de uma pobreza invisível. Aquela pobreza que se disfarça com um salário e um emprego formal, mas que não chega para viver — apenas para sobreviver. É a vida vivida no “poucochinho”, onde o dinheiro, por mais que se estique, não chega para cuidar da saúde com dignidade, tirar uns dias de férias fora de casa ou, simplesmente, comprar aquela pequena iguaria de que tanto se gosta.

Acredito, com convicção, que muito se tem feito. As empresas evoluíram e o bem-estar entrou na agenda — há boas práticas, exemplos sólidos e reflexões bem estruturadas.

Expressões como “responsabilidade social” e “equilíbrio entre vida pessoal e profissional” tornaram-se comuns no discurso empresarial — e isso é um sinal positivo.

Mas estaremos, de facto, a fazer o suficiente para cuidar de quem trabalha connosco?

A decisão de conhecer o estado real da empresa, no que toca às condições financeiras dos seus colaboradores, exige coragem. Hoje existem ferramentas concretas que ajudam a perceber o nível de pobreza que pode existir dentro de uma organização. Detetar situações camufladas de aflição financeira tornou-se imperativo, para que as empresas possam agir — e apoiar quem, estando tão próximo, precisa verdadeiramente de ajuda.

Menino Jesus, seria extraordinário que, neste Natal, a Tua luz brilhasse no coração de cada empresário e gestor, inspirando-os a iluminar a vida de quem mais precisa — agindo com método, coragem e sabedoria, em nome de uma economia mais justa, mais humana e mais solidária.