Num encontro com membros da ACEGE, D. Manuel Clemente recorda que aquilo que não se aprende na família dificilmente se aprende num compêndio.
O patriarca de Lisboa lembra aos gestores que os trabalhadores das empresas devem ser tratados como família.
Esta tarde num encontro da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) D. Manuel Clemente esclareceu algumas questões discutidas durante do sínodo dos bispos sobre a Família. O patriarca explicou a importância que o Papa Francisco tem dedicado a este tema e o papel central da família na sociedade.
Para D. Manuel Clemente, a convocação deste sínodo revela a lógica do que está na base do pensamento do Papa, habituado ao longo de décadas a lidar com milhares de deslocados na América Latina.
Porque o núcleo das sociedades é a própria família, encarada como laboratório da vida em comunidade, diz o D. Manuel: “Quando [o Papa] incita as comunidades cristãs levarem isto a sério para serem, como diz o Evangelho, fermento na massa, provocarem um bom contágio nas outras realidades sociais, confessionais ou não, é porque está completamente convencido que para reestruturar uma comunidade temos de começar por onde se aprende, porque quando não se aprende isso na família, é muito difícil aprender num compêndio”.
Este é um conceito que para o cardeal deve ser levado também para a gestão das empresas. “Cada empresário cristão, onde estiver e em tudo quanto possa, olhe para aquele homem e para aquela mulher não como uma peça isolada e como mais ou menos recursos humanos, mas naquela humanidade relacional que eles têm e mantêm.”
“Isto tem implicações, como todos sabem, que nunca mais acabam, com essas famosas leis de mercado e da competição tão inexoráveis, mas onde não podemos falhar.”
D. Manuel Clemente explicou que aguarda ainda as orientações do Papa Francisco sobre as conclusões do sínodo sobre a Família.