Um dos objectivos da minha visita foi o fortalecimento do núcleo regional da ACEGE
.Vim conhecer as pessoas, falar da estratégia que tem de ser seguida no núcleo e a também, dentro do tema do ano da ACEGE, que respeita à responsabilidade social da empresa, fazer algumas considerações junto dos empresários e gestores da Região.
Atendendo à actual conjuntura económica do pais, impõe-se uma reflexão séria sobre o papel e a responsabilidade social das empresas?Sem dúvida. Nestas épocas os valores têm ainda um significado mais importante porque, para além de serem valores permanentes, são valores que trazem alguma esperança e algum potencial de optimismo num momento de crise, fortemente caracterizada pelo pessimismo…Convém ainda lembrar que o fenómeno da responsabilidade social talvez nem a conte ainda com 15 anos. Se calhar nem faz 10 anos que a excelência na gestão media-se pelos números! Só desse tempo para cá é que as empresas começaram a avaliar-se tanto pelos números como também pela sua responsabilidade social.
E, nesse cenário, as empresas têmse mostrado cumpridoras?
Penso que temos conseguido. A responsabilidade social tem entrado cada vez mais na grelha de critérios de avaliação das empresas e esse é um fenómeno que também já chegou claramente a Portugal. Há realmente uma consciencialização embora seja necessário distinguir entre aquilo que é responsabilidade social e marketing social. Eu, pessoalmente, não sou contra o marketing social até porque há muitas instituições que têm objectivos importantes e que beneficiam dele mas isso diz apenas respeito à imagem que as empresas querem que façam delas próprias, à visibilidade externa… A responsabilidade social, por seu turno, começa antes dos portões das fábricas e é muito mais profundo do que o marketing social. E hoje já há realmente muitas empresas que têm consciência da importância da responsabilidade social e dos valores que estão inerentes. Nesse quadro, a missão da ACEGE
é divulgar esses valores e fazê-los chegar a um estrato específico: o das pequenas e médias empresas.E porquê apenas as pequenas e médias empresas?
Porque, por exemplo, e mais difícil fazer uma reestruturação numa pequena e média empresa do que numa grande empresa. Imagine uma General Motors, e eu até 2009 tinha de ter menos 5000 empregados… Agora imagine uma pequena empresa eé preciso fazer um corte na sua estrutura e ter de mandar embora seis ou sete pessoas… Aí está o problema: eu conheço essas pessoas e até as famílias. A responsabilidade social é a mesma mas a execução é mais difícil. Daí a preocupação da ACEGE
em chegar a esse segmento onde, havendo igual sensibilidade para os problemas, há maior dificuldade de lidar com eles. Isto porque a vida das pequenas e médias empresas é muito dura em Portugal. Já era dura antes dos tempos difíceis que estamos a atravessar e ainda pior ficou…E falando de intervenção social… Está prestes a arrancar um projecto que dá pelo nome de “Bem Comum”. De que se trata?
É um fundo de capital de risco que se destina a financiar iniciativas de empreendedorismo que partam de quadros médios ou superiores desempregados com mais de 40 anos.
Exactamente, uma semente que deverá crescer com vista à promoção e valorização do emprego para além dos 40 anos.
SOBRE A ACECE
Objectivo: mobilizar e consciencializar