Um Congresso que sob o tema “Fortalecer Empresários e Gestores para Servir a Humanidade”, contará com cerca de 40 empresários e gestores de topo mundial que se irão partilhar com os seus pares, preocupações, sensibilidades e experiências da sua vida profissional relacionadas com a vontade de que a sua acção seja um serviço à empresa e à sociedade onde estão inseridos.
Um Congresso que possibilitará debater temas relacionados com a responsabilidade social das empresas, a sustentabilidade económica, ou a inclusão dos excluídos na economia, mas que ao introduzir no debate a questão dos valores e a necessidade urgente de promover a unificação de valores privados e profissionais, põe fim a uma lógica empresarial onde era pedido aos colaboradores para viverem duas vidas distintas, a da empresa e a pessoal.
É por isso interessante num tempo em que muitos querem tirar do discurso empresarial, os valores e as convicções pessoais, que estes empresários e gestores procurem afirmar que necessitam de se fortalecer não só nas suas competências técnicas, mas também ao nível das suas convicções pessoais, espirituais e morais porque elas são, na sua opinião, essenciais para o seu desempenho e para a sua Vida.
Uma afirmação clara de que é, cada vez mais, essencial para o sucesso das empresas que os gestores (especialmente os com maiores responsabilidades) integrem na sua vida profissional, as suas convicções morais e pessoais, numa afirmação clara da unidade da Vida humana – corpo e espírito – e da obrigatoriedade de ter os mesmos critérios e valores em todas as situações e dimensões da vida. Isto sob pena de estarmos a promover comportamentos “esquizofrénicos” de dupla personalidade.
Uma nova lógica de presença na economia e na gestão, que contra muitas correntes que pretendem encurralar a vertente espiritual no interior das Igrejas, afirma claramente que a relação entre a moral e a economia é necessária e intrínseca, que a actividade económica e o comportamento moral compenetram-se intimamente, são recíprocas, e não podem ser separados. Porque a dimensão moral da economia faz tomar como finalidade indivisíveis, nunca separadas ou alternativas, a eficiência económica e a promoção do desenvolvimento solidário da humanidade.
Por isso este Congresso será um momento, contra corrente, que debaterá os critérios a actualidade da Doutrina Social da Igreja como elemento central de aferição de critérios na Vida de cada um. Mostrando que esta é uma resposta actual e consistente para o mundo empresarial, a qual ultrapassa teorias económicas e posicionamentos ideológicos, recentrando tudo na promoção e dignificação da pessoa humana.
Um conjunto de reflexões que, fazemos votos, possam ajudar a promover empresários e gestores conscientes de que para o seu verdadeiro êxito, não podem descurar por razão alguma a sua vida pessoal e o seu fortalecimento interior.
Se isto acontecer, poderemos aspirar a termos empresas que possam desenvolver verdadeiras e sustentadas acções de responsabilidade social e de presença na construção de uma sociedade mais justa. Caso contrário será muito difícil.
Jorge Líbano Monteiro – Secretário-geral da ACEGE