Coaching – Do you need help?

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Maria Manuel Seabra da Costa - Lead Director Human Capital Consulting Services , PwC

O ambiente em que o coaching é aplicado é muito centrado no indivíduo – coachee – e no processo de autoconhecimento e de descoberta, ao invés de facultar soluções predefinidas que raramente conseguem mudanças sustentadas no tempo. Ou por não se adaptarem ao indivíduo ou ao contexto, ou por não serem interiorizadas pelo coachee
POR MARIA MANUEL SEABRA DA COSTA

“O novo projecto profissional era o cumprir de uma etapa no caminho que tinha pensado para a sua carreira e vinha no seguimento dos resultados que vinha alcançando. Contudo, e apesar deste sentimento de satisfação, sentia que precisava de apoio para o novo desafio. Não lhe faltava conhecimento do sector porque há anos que trabalhava nele. Tinha frequentado um programa de executivos numa universidade de referência e conhecia bem a sua hierarquia, com a qual tinha uma boa relação. Mas tinha a certeza de que precisava de mudar e iria ter duvidas, só não sabia com quem devia conversar… e antevia que iria precisar de muitos momentos de reflexão …”

Esta pequena história, ainda que ilustrativa, não deixa de ser real para muitos executivos. São pessoas que têm perfil para os lugares que ocupam, mas precisam de apoio neste caminho de desenvolvimento de um novo modelo de actuação, que conjugue o conhecimento, a experiência e o futuro que se lhes depara em cada momento.

O coaching vem dar resposta a esta necessidade ao criar momentos de tomada de consciência do próprio e do contexto, na definição de objectivos e áreas concretas de mudança e no desenho de planos de actuação que concretizem esta mudança.

O ambiente em que o coaching é aplicado é muito centrado no indivíduo – coachee – e no processo de autoconhecimento e de descoberta, ao invés de facultar soluções predefinidas que raramente conseguem mudanças sustentadas no tempo ou por não se adaptarem ao individuo ou ao contexto, ou por não serem interiorizadas pelo coachee.

No entanto, tal não significa que o coaching seja um apoio que se suporte em metodologias de análise conceptualmente robustas ou que não se debruce sobre cenários de decisão. Muito pelo contrário, o coaching é um processo estruturado em função de necessidades e objectivos e com uma duração definida, condições que resultam de um acordo entre o coach e o coachee.

As condições para um processo de coaching com sucesso passam por:

  • Desenvolver novos modelos de actuação partindo do perfil natural e interesses do coachee;
  • Ser baseado numa relação de respeito e confiança que advém da credibilidade do coach enquanto executivo e do reconhecimento dos seus valores pessoais;
  • Ter conhecimento sobre o ambiente de trabalho em que o coachee se insere, sendo por isso importante a experiencia que o coach tem enquanto executivo;
  • Reconhecer os obstáculos que existem ao desenvolvimento esperado como forma de orientar a evolução e também de protecção do próprio coachee;
  • Trazer uma visão alargada do mundo e do contexto de actuação por forma a abrir horizontes.

Os grandes vencedores surgem em tempos difíceis, naqueles em que os contextos os colocam à prova e testam a sua capacidade de vencer. Contudo, também é possível constatar que estes vencedores o conseguiram tendo quem acreditasse neles e os ajudasse a ter uma noção muito objectiva das suas capacidades e do seu caminho de evolução.

Assim fica-nos a interrogação, se “Quem vence na vida: o que foi mais longe aos olhos dos outros, ou o que foi mais longe dentro de si ?” tal como António Pinto Leite a traduz na sua publicação  “Qual é o mal?*”

[*António Pinto Leite in” Qual é o mal?” Ed. Sopa de Letras  2002]

Artigo publicado na revista HR Portugal, Abril 2013. Republicado com permissão.