As novas tendências e desafios do mundo dos negócios em análise no encontro anual da ACEGE

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“O futuro dos negócios – tendências e desafios” foi mote para mais um encontro de membros da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), em Bragança, na passada terça-feira, 5. Segundo o orador, José Luís Alvim, docente na Porto Business School (Faculdade de Economia da Universidade do Porto) o mundo dos negócios já está em retoma, “mas espera- -se que esta se seja sustentada e numa lógica de convergência a nível internacional”.

O encontro, realizado na Pousada de S. Bartolomeu, contou com a presença do Bispo da Diocese de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, de Jorge Líbano Monteiro, secretário-geral da ACEGE, Adriano Diegues, presidente do Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola do Alto Douro, do presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias, bem como vários empresários da região e funcionários da Caixa Agrícola.

Num mundo globalizado e altamente competitivo, o docente diz que as palavras chave para os empresários são atualmente: atualização, adaptação, competitividade e diferenciação, “sob pena de as empresas serem ultrapassadas” se não cumprirem este critérios. Apesar das muitas empresas que ficaram pelo caminho, durante a crise económica, em Portugal as que aguentaram o embate “estão a crescer de uma forma sustentada e acredito muito numa perspectiva de crescimento de médio e longo prazo”, afirmou o professor.

Para o economista, as PME podem ganhar em competitividade, independentemente de serem grandes ou pequenas. “Pode ser tão competitiva uma empresa pequena como uma grande, desde que bem gerida. No caso de Trás- -os-Montes a proximidade com Espanha é um fator positivo e diferenciador, o mercado local pode estender-se com facilidade”, acrescentou.

Internacionalização deve ser aproveitada pelos empresários transmontanos

A internacionalização, a alteração dos modelos de negócio, muito concentrados nas exigências associadas às necessidades dos consumidores, a evolução tecnológica (com ciclos de vida dos produtos mais curtos) e o acesso colossal à informação por parte dos consumidores são as principais tendências mundiais destacadas pelo orador.

“Exige-se uma mudança do ponto de vista tecnológico e sob o ponto de vista competitivo na formação e dotação de competências humanas das pessoas que trabalham nas organizações. Isto pressupõe que quem gere as organizações tenha competências muito atualizadas, muito centradas no pensamento estratégico e na orientação para resultados, mas tendo presente que só é possível obter resultados de uma forma sustentada envolvendo as pessoas e mantendo-as motivadas”, descreveu José Luís Alvim.

A distância do interior do litoral é menos física do que de iniciativa, por isso o docente defende “uma mudança de atitude ao nível da liderança e dos trabalhadores, onde há que lutar e jogar para ganhar”.

O encontro foi organizado pelo núcleo de Bragança da ACEGE, que, segundo Jorge Líbano Monteiro, secretário geral desta associação, ” é dos mais activos do país, promovendo várias sessões ao longo do ano”.

No entender do dirigente associativo os empresários de inspiração cristã distinguem- -se dos demais “pela preocupação que devem ter em deixar-se confrontar com um conjunto de temas e valores importantes para as pessoas que trabalham nas suas empresas e para a forma como a empresa se posiciona o eco-sistema económico”. A ACEGE defende que “há temas que não são negociáveis, como a dignidade das pessoas, porque a empresa é mais do que fazer lucro, pois também é uma comunidade de pessoas que interage com a sociedade”, referiu Jorge Líbano Monteiro.

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