Muitos consideram Ratzinger um conservador, mas a verdade é que o novo Papa sempre foi alguém que esteve na vanguarda da acção da Igreja, quer quando aos 35 anos participou activamente no Concílio Vaticano II, como consultor, quer na forma clara e frontal como dirigiu a Congregação ou apoiou em permanência toda a acção de João Paulo II.
Bento XVI é um homem simples, de uma enorme humildade e coragem que procurou cumprir a sua missão de guardar o essencial da Igreja – a relação de amizade com Cristo vivo –, facultando as bases doutrinais necessárias para a Igreja se relacionar e entender com o Mundo, não hesitando em protegê-la de tudo o que a possa pôr em causa, como aconteceu em relação aos excessos da Teologia da Libertação.
Isto mesmo foi referido por Ratzinger na homilia que assinalou o início do Conclave: “Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é muitas vezes rotulado como fundamentalismo, enquanto o relativismo, ou seja, o deixar-se levar por aqui e por ali, ao sabor dos ventos da doutrina, surge como a única atitude à altura dos tempos modernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo, que não reconhece nada como definitivo e que deixa, como última medida, apenas o próprio Eu e o que lhe apetece”.
É por isso que, segundo as suas palavras, se torna necessário “ter uma fé adulta e profundamente enraizada na amizade com Cristo, porque a única coisa que permanece eternamente é a alma humana, o homem criado por Deus para a eternidade”.
Aos empresários e gestores não será difícil perceber, claramente, estas palavras. Isto porque só uma empresa que tenha a sua estratégia centrada no essencial – e tendo esse essencial claramente definido para todos o poderem conhecer –, terá hipóteses de alcançar o sucesso. Porque só assim a empresa sabe para onde caminha, só assim é possível perceber os objectivos que se pretendem alcançar.
É pois também esta mensagem que o Cardeal Ratzinger tem feito questão de nos transmitir sem tibiezas. Só assumindo ideias claras se torna viável lançar reptos frontais à sociedade onde estamos inseridos; só defendendo aquilo que é central para a nossa actividade poderemos aspirar a defender e dignificar o Homem.
Dito de outra forma: importa assumir a doutrina se quisermos ter um diálogo claro e frutuoso com o Mundo, na certeza de que só assim se conseguem bases sólidas para a construção de uma Igreja que não segue “pseudo” progressismos, caminhos fáceis e mediáticos, mas que procura sempre seguir Cristo.
É por isso que a ACEGE se alegra com a eleição de Bento XVI, e com a confiança na acção do Espírito Santo reafirma a sua união ao Papa e apela a todos os seus associados que respondam ao primeiro apelo do novo Papa que rezem pelo seu pontificado e pela Igreja.