O elo mais fraco!

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Uma boa prática de gestão recomendaria que, mesmo nas épocas de bonança se deve fazer uma correcta e ponderada utilização dos recursos financeiros, de modo a que os investimentos adequados possam ser feitos e, ao mesmo tempo, se possam amealhar reservas para os tempos mais difíceis já que a vida económica e, portanto, empresarial como a de um país, é feita de altos e baixos.

Anunciado está que a crise estalou e que está para durar, já se começa a ouvir falar em forte contenção de custos e despedimentos. É, portanto, o momento certo de alertar os líderes das empresas que o elo mais fraco é, precisamente, … o empregado, devendo ser tido em conta por eles e pelos responsáveis pela gestão dos recursos humanos de que, na preparação das decisões difíceis que venham a tomar sejam rigorosos, imparciais e, sobretudo, éticos, pedindo, no caso de serem crentes, inspiração divina e bom senso.

Em acréscimo, não deixem de ter em conta que as organizações são formadas por um conjunto de pessoas, tal como um “puzzle”, onde cada uma delas tem a sua função, cada uma com a sua importância e contribuição para os objectivos globais, desde o porteiro até ao presidente do conselho de administração ou sócio-gerente, consoante o tipo de sociedade que estiver em causa.

Antes de “agirem” sobre os empregados é, pois, recomendável que olhem, primeiro, para os seus próprios benefícios e regalias – na troca das suas viaturas, nos almoços e nas viagens – evitando os desperdícios e os gastos supérfluos.

Todos os empregados são seres humanos e, portanto, merecem (ou, melhor, deveriam merecer) o respeito de todos e, sobretudo, um tratamento digno, justo e equitativo por parte dos seus pares e, especialmente, da liderança da empresa.

Os empregados que, no seu conjunto, construíram o sucesso da sua empresa e ajudaram no seu desenvolvimento, devem ser lembrados nos momentos mais difíceis. Tantas e tantas vezes foram trabalhar mesmo doentes ou cheios de problemas pessoais, enquanto que noutras situações dedicaram parte do seu tempo livre à sua entidade patronal, “roubando-o” à sua família (pois era necessário resolver um problema … da empresa e, portanto, seu) e que, muitas vezes, mesmo após uma cansativa jornada de trabalho, ao regressar a casa, levaram consigo os problemas do seu dia-a-dia.

Os empregados poderão, efectivamente, ser o elo mais fraco. Não obstante, são pessoas e, portanto, sabem ser agradecidas quando as tratam com dignidade e reconhecimento e, ao mesmo tempo, são inteligentes para “arregaçar as mangas” e nos momentos mais difíceis dizerem: “Estamos presente e também queremos ajudar. Contem connosco!”

As instituições que, nos momentos difíceis, conseguirem motivar os seus empregados ficarão, por certo, mais sólidas e a ser vistas por estes e pelo mercado como o elo mais forte.

João Lobo Machado
Auditor e Associado da ACEGE