O primeiro momento alto foi o do anúncio, por parte do Dr. Rui Correa de Oliveira, da Peregrinação à Terra Santa em 2009, organização da Acege Núcleo do Porto e com a liderança do Bispo do Porto, Senhor D. Manuel Clemente, naturalmente extensiva a todo o País
Bagão Félix deliciou uma interessada audiência abordando a importante temática das dificuldades na Gestão no mundo confuso actual, onde as fronteiras do Bem e do Mal se vêem diluídas e onde nos dias de hoje tudo é justificável (!) e onde todos (!) se apresentam de consciência tranquila (!) …transmitindo sempre uma mensagem positiva. Uma chamada de atenção clara para o facto de na nossa sociedade o Direito muitas vezes não ter consonância Ética.
Na abordagem sobre a dignidade e a centralidade da pessoa humana na empresa moderna ou no princípio do destino universal dos bens, referiu:
A posse dos meios de produção (…) é justa e legítima se serve para um trabalho útil; pelo contrário, torna-se ilegítima quando não é valorizada ou serve para impedir o trabalho dos outros, para obter um ganho que não provém da expansão global do trabalho humano e da riqueza social, mas antes da sua repressão, da ilícita exploração, da especulação, e da ruptura da solidariedade no mundo do trabalho.
A prioridade da ética sobre a técnica, ou o primado da pessoa sobre as coisas e a superioridade do espírito sobre a matéria como afirmou João Paulo II, 1979, ou, apresentando a Empresa cada vez mais analisada como uma Comunidade Humana, uma Entidade Ética e um Bem Social.
Afirmando a propósito:
• O lucro é um regulador da vida da empresa, mas não o único. Pode acontecer que a contabilidade esteja em ordem e simultaneamente os homens, que constituem o património mais precioso da empresa, sejam humilhados e ofendidos na sua dignidade.
• O objectivo da empresa não é simplesmente o lucro, mas sim a própria existência da empresa como comunidade de pessoas.
• A empresa não deve ser considerada apenas como uma “sociedade de capitais”; ela é também uma “sociedade de pessoas”, da qual fazem parte, de modo diverso e com responsabilidades específicas, quer aqueles que fornecem o capital necessário para a sua actividade, quer aqueles que colaboram com o seu trabalho.
• O destino de uma sociedade depende sempre das minorias criativas. Os cristãos têm a obrigação de constituir-se como uma tal minoria criativa ao serviço de toda a humanidade
Finalmente e como Visão antecipada do mundo actual, conturbado, desumano, despreocupado Socialmente e de grande indefinição futura Bagão Félix transcreveu a posição emitida pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, em 2004, sobre a Globalização e os Sistemas Financeiros, a saber:
• A história atesta que, na ausência de sistemas financeiros adequados e do que tem sido definido como o “mercado global de capitais”, não teria havido crescimento económico.
• Mas, a mobilidade também aumentou o risco de crises financeiras. Se as transacções financeiras superam largamente, em volume, as transacções reais, corre-se o risco de seguir uma lógica voltada para si mesma, sem conexão com a base real da economia.
• Uma economia financeira cujo fim é ela própria está destinada a contradizer os seus fins.
Nas Empresas os novos desafios na Gestão passarão pelo Primado das Pessoas, pela Ética e pela Produtividade, sendo que o destino de uma sociedade depende sempre da presença activa na sociedade das suas elites, as Minorias Criativas.
Palestra premiada com um vasto aplauso, com os participantes pé, um verdadeiro “Banho de uma Visão Clara” onde quem esteve presente seguramente saiu sentindo-se mais inteligente, mais identificado com os Valores, com a Sociedade e com o nosso Portugal.
O nosso muito obrigado ao Dr. António Bagão Félix.
ACEGE – Núcleo do Porto www.acege.org
Porto 11.12.2008